Para tudo na vida acredito que devemos buscar o equilíbrio, e para isso, recomenda-se sempre utilizar do bom senso e da avaliação crítica sobre as ações e rotinas do dia a dia, especialmente quando estamos falando sobre uma fase tão importante na vida de uma pessoa, a sua infância, sua fase de desenvolvimento.
Generalizando, podemos afirmar que qualquer pai e mãe sabem e não negam que a televisão é um meio hipnotizador para crianças, e, dito isso, pode ser muitas vezes utilizado como uma saída para viabilizar um banho, a preparação de um alimento ou simplesmente para tomar um fôlego.
Justamente por observar que cada vez mais, pais, mães, avós, tios e cuidadores vêm utilizando a TV para isto, me vejo na obrigação de alertar para alguns riscos gerados e indicar que a televisão, ipads, celulares e outros sejam utilizados com moderação no dia a dia das crianças.
Seguem abaixo os principais riscos a considerar:
- Crescimento cerebral: Nos primeiros 2 anos de idade, o cérebro da criança triplica de tamanho. O estímulo das telas (televisão, ipad, celulares) em excesso no cérebro em desenvolvimento é associado ao déficit do funcionamento executivo e atenção, atrasos cognitivos, prejuízo da aprendizagem e aumento da impulsividade.
- Atraso no desenvolvimento: Quando a televisão está ligada os adultos conversam menos com a criança e o que mais estimula o aprendizado é a interação e afeto dos pais.
- Obesidade: Existe uma correlação entre o uso de televisão e videogames e o aumento da obesidade. Crianças que usam um aparelho digital no quarto têm incidência 30% mais alta de obesidade.
- Privação e diminuição da qualidade do sono: O estimulo proveniente de eletrônicos, pode acarretar em uma maior dificuldade da criança de se acalmar para dormir e com isso, também, reduzir a qualidade do sono.
- Agressividade: A mídia de hoje expõe crianças pequenas cada vez mais à violência física e sexual, um risco à saúde pública devido a seu impacto causal sobre a agressividade infantil.
- Deficit de atenção: A velocidade que o conteúdo é passado nas mídias pode contribuir para o déficit de atenção e também para a redução de concentração e memória, devido ao fato de o cérebro “podar” os caminhos neurais até o córtex frontal.
- Diminuição da comunicação inter-familiar e isolamento: É importante estimular a criança a comunicar-se e conviver com a sua pequena família, nesta fase, a criança começa a moldar as formas que se relacionará com o mundo.
- Exposição maciça a propaganda focada no consumo de produtos voltados ao público infantil como roupas, brinquedos e comidas: Sou defensora de estimular em nossas crianças um consumo consciente, de fazer com que desde cedo, entendam a real importância de bens materiais e educá-los de forma a não associar sua felicidade e satisfação à aquisição de qualquer coisa.
Para começar o que os pais podem fazer?
- Servir como exemplo, a criança imita o comportamento e hábito do adulto;
- Limitar o tempo de televisão a uma ou duas horas por dia;
- Trocar o tempo de televisão por outras atividades junto a seu filhos como esportes, passeios e outras atividades de lazer;
- Conhecer os programas que seus filhos assistem;
- Não ter televisão no quarto das crianças;
- Manter livros, revistas e jogos acessíveis;
- Não fazer refeições junto a televisão.
Sei que nem sempre é fácil ocupar o tempo da criança com outras atividades e ainda assim conseguir lidar com todas as outras demandas da casa, do trabalho e da família. Porém, a recompensa a longo prazo com certeza traz benefícios impagáveis para a saúde física e mental do seu filho.